quarta-feira, 2 de março de 2011


Eram quase 18h00min, o clima estava abafado, a fome chegava de mansinho e as pessoas se amontoavam a espera de seus coletivos.
Passada horas, em pé, aproxima-se o tal ônibus que por sinal já vêm lotado, restam apenas algumas cadeiras livres. Todos se aproximam, a impressão que dá, é que o ponto onde estávamos, ficará totalmente vazio, em compensação o ônibus... Super lotado!
As pessoas tentam se acomodar, mesmo sem haver espaço suficiente para todos; o motorista não arreda o pé até que todos subam... Aparentemente isso é impossível, mas depois de horas todos estão espremidos em condições subumanas, mas... Dentro do ônibus!
Seguimos. Cada qual se segurando à maneira que dispõe. Cada ponto, uma parada, cada parada levasse horas até que todos entrem. O calor só aumenta, o barulho atenua a dor de cabeça, e o caminho parece mais longo que de costume. Até que algo inusitado acontece, um jovem começa a reclamar de sua situação, mesmo que aparentemente ninguém o leve em consideração, ele reclama em voz alta, fala que não tem como subir mais gente, é questão de bom senso! As pessoas, apesar de concordar com o rapaz, se irritam com o barulho que em seguida ele começa a fazer... O rapaz canta, conta piada e começa interagir com quem o rodeia. Começa a mostrar que as coisas ruins, só são ruins porque optamos por vê-las assim.
Cochichando as pessoas o criticam, falam que é louco, é uma criança; vários são os adjetivos associados a ele, ele não se intimida e continua, mostrando diferentes maneiras de passarmos por quebra-molas, de descermos as ladeiras, de fazermos as curvas; sem nos sentirmos incomodados, ao contrário até parece um parque de diversões!

Quando vivenciei a cena, nada mais foi para mim, do que irritante, visto que estava com dor de cabeça, cansada, com fome e o rapaz, não parava de falar. Em certos momentos até foi engraçado, mas o incomodo superava a distração. Em reflexão sobre a atitude do rapaz, percebi o quão belo seria, se fôssemos sempre ‘loucos’ como ele... Nenhuma curva seria a mesma, estaríamos sempre numa montanha russa, viajaríamos como ele mesmo falou.
A altura do muro, a POÇA DE LAMA, o labirinto enorme, as curvas, os quebra-molas; são da maneira que são, pois optamos por vermos assim, se mudarmos nossos olhares, eles não serão mais os mesmos. Eles nem são tão ruins assim!




Texto produzido para a disciplina de Português para a Comunicação (02/03/2011)
By.: Susaniquele

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